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Uma coisa é certa, quando se fala
de família, a nossa mente, geralmente, pensa em um pai, uma mãe, e em filhos,
sejam um, dois ou três.
Este também é o tipo de família
apresentado nas leituras da festa de hoje.
Atualmente,
muitos acreditam, em matéria de família, que o direito e a decisão de
uma mulher grávida antecedam o direito da
vida concebida. Acreditam também que o direito e a decisão de ter um filho
“próprio” ou legítimo, a todo custo, anteceda ao direito de uma criança ter a
possibilidade da vida lhe dar um pai e uma mãe, e ainda um lar. Aliás, há inúmeras crianças à
espera de adoção em nosso país.
Muitos pensam também que os interesses pessoais e os
desejos egoístas vêm antes do desígnio da criação e do plano de Deus para a
família.
A página do Evangelho que lemos
hoje (Lc 2, 41-52) nos mostra um Jesus adolescente que inicia o
seu caminho de liberdade. Entre Ele e os seus pais se insere uma pequena “distância”,
traduzida em espaço de liberdade e de autonomia.
É nesse espaço que irá florescer
a singularidade do Filho, o seu pertencer somente a Deus e a Si mesmo, como
também a vida que n’Ele se exprime com absoluta originalidade.
O que é um paradoxo, na medida em
que, quanto mais um pai se manifesta ao filho e se entrega através do dom de si
mesmo, mais esse filho parte em busca do seu próprio caminho.
Jesus, sentado em meio aos
mestres que lhe escutam e lhe fazem perguntas, curioso como todo garoto, representa
todos os meninos e meninas do mundo, e todo filho que se coloca diante da
própria família e do seu passado, lhe escuta e procura saber e conhecer a sua
história, porque só assim poderá iniciar o seu caminho pessoal e, então, partir
na direção da idade adulta.
Para quem é pai ou mãe, chegado
aquele momento delicado, nada resta senão pedir a Deus o dom de saber viver a
mesma gratuidade de Ana, a mulher capaz de dizer quanto ao seu filho Samuel: “Rezei ao Senhor por este menino e o Senhor
me concedeu a graça que lhe pedi. Agora permito que o Senhor o queira, por
todos os dias da sua vida, ele é necessário ao Senhor”.
Para ampliar esse quadro podemos
nos deter um pouco no livro do Eclesiástico (3,2-6.12-14), na primeira leitura, que se apresenta para nós como
uma preciosa ilustração do quarto mandamento: “Honra teu pai e tua mãe”!
O respeito e o cuidado para com
os pais, sobretudo os idosos, por parte dos filhos é vontade de Deus. Diz o
sábio autor do Eclesiástico: “Deus honra o
pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe”.
Avisa também que o perdão dos
pecados e as preces atendidas por Deus, estão ligados e, de certo modo, condicionados
ao respeito, cuidado e amor aos pais. Afinal, Deus é capaz de perdoar tantos
pecados por causa de uma obra de misericórdia realizada com amor a quem
necessita!
Na segunda leitura, na carta aos
Colossenses São Paulo, por sua vez, nos esclarece ainda mais sobre qual o
fundamento necessário para as relações familiares e sociais. Trata-se da fé
comum no Senhor Jesus.
O Apóstolo recomenda
misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência e perdão. Mas mesmo nesta
exortação moral, apresenta o que é fundamental: “Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas, sobretudo,
amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição”... E ainda: “Que a paz de Cristo reine em vossos
corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo”! Afinal, foi
Ele quem nos amou e perdoou por primeiro. Logo, assim também nós devemos
perdoar e amar os irmãos.
A Palavra de Cristo está no
centro da vida da família, gera amor e obediência recíproca entre esposo,
esposa e filhos, a ponto de poder ver realizada a promessa do Senhor, como reza
o salmo (127): “Será abençoado todo homem que teme o Senhor”!
O que a festa da Sagrada Família
nos ensina hoje? Comunhão na fé e no amor uns aos outros. Esta é a imagem da
família de Nazaré, projeto de Deus para todas as nossas famílias. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA –
Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Web site:
www.inacianos.org.br).
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