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Pároco Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.


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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CRISTO, LUZ QUE BRILHOU NAS TREVAS


(Reflexão da Palavra de Deus na missa de Natal)

O Natal é, ao mesmo tempo, um mistério de Luz, e ao mesmo tempo é um mistério de recusa da Luz. Um mistério de Luz, nas palavras do Profeta Isaías na primeira leitura (9,1-6) porque: “O povo, que andava nas trevas, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu (...) Porque nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz nos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai dos tempos futuros, Príncipe da paz”. “Veio ao mundo a Luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem”.
O Natal cristão, a despeito do que nos é apresentado hoje pelos comerciais dos meios de comunicação, é outra coisa, muito diferente do que querem nos convencer.
Focalizemos os aspectos mais importantes. Quando irrompe essa Luz na história? Quando César Augusto era imperador de Roma, o governador da Síria era Quirino sob cuja autoridade se fez o recenseamento, segundo as ordens de Roma e, quando Herodes, o Grande, era rei da Judéia.
Deus entra na história humana com a singela alma de um menino. Onde irrompe essa Luz? Em Belém da Judéia, como os profetas haviam anunciado desde a antiguidade.
Certa vez disse Epíteto, poeta grego: “Infeliz o homem que morre sem ter escalado os degraus da Acrópole”.  Para expressar a importância de Jesus ter nascido em Belém, poderíamos “roubar” essa frase e usá-la da seguinte forma: “Infeliz o homem que morre sem ter descido os degraus da gruta de Belém”! A Lição de Belém, Casa do Pão, é que somente pode se nutrir substancialmente quem tem a humildade de descer do próprio pedestal, para encontrar-se com a pobreza e a simplicidade do Menino de Belém.
Quem é esta Luz? É o profeta Isaías quem nos responde na primeira leitura (52,7-10), o Apóstolo Paulo na carta aos Hebreus (Hb 1,1-6) e o Evangelista São João (1,1-18). Essa Luz deslumbrante se identifica com Jesus Cristo, que é a irradiação da glória e da mesma substância de Deus. Ele é a Luz que irrompe sobre a terra que está na escuridão, isto é, que está em situação de pecado, que atinge todos os homens.
Ele é a Graça personificada portadora de salvação para todos. É o nosso Deus e Salvador, como escreve Paulo a Tito. Ele entregou-se por nós, para resgatar-nos de toda iniqüidade e para formar para Si um povo novo que lhe pertença e que seja zeloso na execução das boas obras.
Com o Natal Deus cobriu a nossa limitação com a Sua infinitude, e as nossas sombras com a Sua Luz.
Mas o que essa Luz exige de nós? É São Paulo que nos oferece a resposta, na sua carta a Tito, ao qual e a todos nós, sugere: “renegar a iniqüidade e os desejos mundanos”.
Por impiedade, entenda-se o viver com atitudes e escolhas religiosas baseadas na má fé e, renegar os desejos do mundo significa, além de viver com sobriedade, viver na justiça e na paz neste mundo, na esperança da glória futura.
Seremos, de fato, livres e verdadeiros, na medida em que renunciarmos a essas atitudes e quando vivermos na busca da santidade a cada dia.
Quando dizemos que o Natal é também um mistério de recusa da Luz é porque “Não havia lugar para eles na hospedaria”! (...) “A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a acolheram”, e ainda, “veio para o seus, mas os seu não o acolheram”!
A irrupção do filho de Deus na história não começa bem. É uma grande rejeição baseada na distração, na incompreensão e no egoísmo dos homens da época.
Mas nós hoje, não somos e não fazemos diferente, pois não apenas o Natal, mas toda a mensagem salvífica de Cristo e o cristianismo como um todo, encontram nos homens do nosso tempo a mesma hostilidade e indiferença. 
Contudo, e para que haja esperança, ainda existem vozes que se unem à voz da Igreja para anunciar que Jesus Cristo é o Senhor. Que estaremos na mais absoluta treva sem a Sua Luz. Que Ele é um Deus capaz de amar o ser humano e deixar-se encontrar, ver, tocar e amar. Que é impossível fugir da Sua Pessoa porque Ele é capaz de atingir todo ser humano e toda a sua existência. Ele foi, é e será Deus para todo o sempre e que, nem a poesia, nem mesmo a ciência e a mais alta tecnologia moderna saberão fazer brotar uma flor, porque para isso, dependem d’Ele! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Web site: www.inacianos.org.br).


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