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Pároco Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Martírio de Santa Luzia

Luzia nasceu em Siracusa, no século terceiro, num período entre os anos 280 e 290 dC (provavelmente em 284/285). Sua família era muito rica e nobre, dos mais importantes da cidade. A mãe chamava-se Eutichia, (em grego, Afortunada). Do pai não se tem notícias. A infância de Luzia foi particularmente feliz, seja pela sua fé em Cristo, seja pelos consideráveis recursos financeiros da família. Infelizmente, com a idade entre 5-9 anos fica órfã de pai e este evento obriga Eutichia a prover, sozinha, a sua educação. Enquanto isso, Luzia e sua mãe são forçadas a fugir da perseguição aos cristãos e a professar a religião cristã secretamente. Luzia, ainda menina, apesar de não manifestar qualquer interesse no casamento, é prometida por sua , como era costume na época, a um jovem nobre. A serenidade da família, no entanto, é abalada pela rigorosa hemorragia contínua que acomete a mãe, para a qual os médicos não tem esperanças de sobrevivência. Luzia convence a mãe a ir em peregrinação a Catania, no túmulo de São Ágata, no aniversário de seu martírio (de acordo com a tradição 05 de fevereiro) para pedir a graça da cura. Chegando a Catania, durante a celebração da Santa Missa, Luzia e sua mãe são tocadas pelas palavras do Evangelho que narra a passagem mulher homorraíssa que tinha recebido o dom da cura ao tocar na orla do manto de Jesus. Após a missa, Luzia, enquanto rezava no túmulo, adormece e, no sonho, aparece-lhe Santa Ágata que promete a cura da mãe e antecipa que Luzia irá tornar-se santa. Logo que acorda do sonho, Luzia percebe o milagre: a promessa do Espírito Santo tornou-se realidade. A menina, que há muito tempo havia decidido dedicar-se a Deus, apoiada pela força das palavras de S. Ágata, volta para Siracura e comunicará à mãe o seu projeto não se casar e dedicar sua vida para ajudar os pobres e necessitados da cidade, dando a eles, toda a sua riqueza. A mãe tenta dissuadí-la, mas finalmente aceita a vontade e a ajuda na realização de seus projetos. A notícia de que as duas mulheres tinham vendido seus bens para distribuir aos pobres espalha-se rapidamente e chega aos ouvidos do pretendente de Luzia, que pediu explicações à mãe, Eutichia. A mulher o tranquiliza, dizendo-lhe que a venda iria ser para um bom investimento. Tranquilizado, o jovem retorna para casa, mas quando vem a saber que Luzia é cristã, tomado pela raiva, vai denunciá-la ao arconte de Siracusa, (Pascácio) que imediatamente manda prendê-la. Durante o julgamento, Pascácio tenta convencer Luzia a renegar a sua fé e de oferecer sacrifícios em honra dos deuses romanos, mas ela não aceita, reafirmando a sua fé em Jesus Cristo. O arconte, alterado com as suas respostas, ordenou-lhe que fosse arrastada a um "lugar vil, onde seria forçada à desonra", isto é, um prostíbulo. No entanto, quando os soldados tentaram movê-la, Luzia milagrosamente torna-se imóvel. Pascácio pensa, então, que Luzia é uma bruxa e ordena que esta seja aspergida com urina (havia uma antiga crença de que a urina tinha o poder de cancelar magias e feitiços) e tenta movê-la, então, usando juntas de bois para arrastá-la. Porém, nem mesmo os animais conseguem movê-la. O Arconde, irritado, ordenou, então, que Luzia fosse queimada na fogueira. Coberta com piche e óleo, o corpo de Luzia estava em chamas, mas não queimava. Pascácio, agora fora de si e completamente confuso ao ver Luzia que, embora o fogo estivesse por todo o seu corpo,sorri e mantém a calma, dás ordens a um soldado para matá-la com a espada. O soldado hesitou, num primeiro momento, mas em seguida, executa a ordem de decapitá-la. Existe duas versões a respeito da morte no martírio de Santa Luzia. De acordo com o “martyrion” grego, o mais antigo escrito, Luzia foi decapitada com um golpe de espada (um fim reservada para os nobres), de acordo com a “Passio” Latina, documentação latina sobre o martírio cristão, Luzia teria a garganta degolada, por um tipo de faca. A primeira versão parece mais acreditável, porque os restos mortais da Santa apresentam a cabeça decepada do corpo. É infundada a lenda de que Luzia tivesse os olhos arrancados por Pascácio, ou que tivesse ela mesma, feito isso, para enviá-los ao seu pretendente, porque isso não condiz com nenhuma ata do seu martírio.  Em 13 de Dezembro 304, Luzia morre como uma mártir, e seu nome e o de Siracusa tornaram-se famosos em todo o mundo.

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