PAPA FRANCISCO – CATEQUESE SOBRE A UNIDADE
Caríssimos confrades, irmãos e irmãs, saudações em Cristo
Jesus
A vida cristã não é e não
poderia ser uma experiência privada da fé. Aliás, a vida cristã é contrária à
toda e qualquer falta de abertura para o outro. O fato de sermos cristãos nos
impulsiona e nos projeta para a cultura do encontro, como diz o papa Francisco.
Aliás, este pensamento que
partilho com todos os nossos paroquianos e leitores deste Teodrómos é fruto do encontro com o papa nestes dias em que estou
aqui na Itália em missão, ajudando em nossas paróquias inacianas. São três
paróquias: Nossa Senhora da Paz, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santa
Luzia. Estou, portanto, trabalhando, mas também realizando alguns passeios quando
há possibilidade.
Apesar de já ter estado em
várias oportunidades no Vaticano, e
também na audiência pública com o papa Bento, agora pude ter a maravilhosa
experiência de ver e ouvir o nosso papa Francisco, juntamente com milhares de
pessoas vindas dos mais diversos países do mundo.
Esta é, na verdade, uma
experiência que sempre me fascina. Pessoas na Praça de São Pedro falando tantas
línguas diferentes, tão diferente nas feições e nos costumes, mas que, pela
graça de Deus e pela força do Espírito Santo, partilham e professam a mesma fé,
ao redor do sucessor de Pedro, o Papa.
Ao ver e ouvir bem de perto o
nosso papa pude perceber que o encanto não tomava conta apenas de mim, mas de muitas
pessoas e por que não dizer, povos e nações que ali estavam, aos milhares.
A reflexão do papa foi a respeito da carta de
São Paulo aos Coríntios (1Cor
1,10-13.17), que por sinal, também foi lida na segunda leitura do Terceiro
Domingo do Tempo Comum: “Exorto-vos irmãos, em nome de Nosso Senhor
Jesus Cristo, sede todos unânimes no falar, não haja divisões entre vós, mas
estejais em perfeito acordo de mente e de pensamento (...) refiro-me ao fato de
que cada um de vós diz: ‘eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu de Cefas e eu de
Cristo’ (...) mas, por acaso Cristo está dividido”?
Nesta reflexão, como sempre, o
nosso papa falou de modo simples, acessível e profundíssimo. Dizia ele aos
fieis na Praça de São Pedro naquela audiência pública do dia 23 de janeiro de
2014: “o fato de haver divisão entre os
cristãos é um grande escândalo, um verdadeiro escândalo”! Na verdade, o
papa estava se referindo, especialmente, às divisões que existem entre as
diversas denominações cristãs. Contudo, me veio logo à mente os problemas que
causam as divisões entre religiosos de uma mesma comunidade, entre grupos de uma
mesma paróquia, diocese, pastoral etc.
É grande o desafio que, nós
que professamos a mesma fé, temos para lutar e vencer as divisões entre nós.
Elas, na verdade, são fruto de uma fé que não se professa na prática dos gestos de amor, de tolerância,
de acolhida do outro, e não poderiam causar algo diferente da tristeza dos
desencontros e até mesmo das violências nas mais variadas formas, infelizmente,
até mesmo em nome da fé.
Estive em muitos lugares
santos, como não poderia deixar de ser aqui na Itália. Em todos rezei e pedi a
Deus para que nós pudéssemos, enquanto comunidade religiosa, paroquial,
familiar etc, viver e professar a fé na prática da unidade como tão
insistentemente nos exorta o nosso Patrono Santo Inácio, Mártir.
Desejo a todos quantos leem
esta mensagem muita paz para todo este ano novo, juntamente com muito boa
vontade para lutar e trabalhar pelo Reino de Deus. Que estejamos unidos e
vençamos toda e qualquer forma de divisão que possa ser um obstáculo ao
trabalho pelo Reino de Deus em nossas comunidades, e que são um escândalo para
quem se diz cristão. Fraterno abraço a todos! Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.
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