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Pároco Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.


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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS

Um primeiro passo é sempre bom, se for em direção à luz. Este é um pensamento de encorajamento para motivar o início de um novo caminho, de uma nova fase. Pode ser também uma síntese da festa deste primeiro domingo do ano novo.
A Igreja, nesta solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, nos ajuda a dar o primeiro passo neste ano novo, em direção à luz de um Deus que se fez homem.
Quando éramos crianças e tínhamos medo de enfrentar qualquer situação ou coisa que não conhecêssemos, pedíamos a ajuda da nossa mãe e ela, certamente, pegava a nossa mão para nos guiar ou nos conduzir. É assim que Maria faz ainda hoje com cada um de nós; toma-nos pela mão e nos ajuda a dar o primeiro passo em direção ao ano de 2014. 
A simplicidade desta passagem do Evangelho (Lc 2,16-21), deste primeiro dia no novo ano, em que celebramos a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, é tão extraordinária, como misteriosa e profunda. Em poucas linhas são condensadas diversas cenas. Cada uma delas, riquíssimas.
Na primeira cena temos a chegada dos pastores que, “Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino”. Os próprios anjos haviam dito aos pastores e isso não poderia eximi-los de divulgar a grande notícia.
Os pastores são quase contagiados pelo prodígio e pelo contraste: um simples menino indefeso que, apesar de sua fragilidade, manifesta a glória de Deus no mais alto dos Céus, e ficam maravilhados quando escutam o que agora brota dos seus corações entusiastas e cheios de alegria.
A segunda cena parece contrastar com a primeira, mas é o núcleo da história porque dá o significado para a festa que celebramos neste primeiro dia do ano novo. "Quanto à Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração". Aqui é preciso entender que o anúncio dos pastores, em forma de conversa entusiasmada da primeira cena, é o silêncio meditativo da segunda.
A Mãe de Deus não dá sinais de exaltação ou euforia. Pelo contrário, manifesta o silêncio e a meditação eloqüentes, como se quisesse instruir-nos sobre como se deve tratar as coisas de Deus. Meditação e silêncio orante.
Maria fala pouco no Evangelho. Aliás, quase nunca. As palavras parecem não servir. Às vezes, como no pecado original, servem mais é para levar à tentação. Aqui, pelo contrário, o silêncio que exprime a Redenção é reparador.
A terceira cena retoma a primeira, quase evidenciando o contraste com relação à segunda, pois são ainda os pastores que não se cansam de glorificar a Deus por tudo quanto “viram e ouviram”. Sejamos sinceros, somos tentados a crer que os pastores foram instruídos por um coro de anjos, caso contrário não teriam ficado tão entusiasmados.
Os anjos ainda são mencionados na quarta cena, como para dizer que não se está falando de um conto de fadas ou de uma fábula para crianças. Ao Menino foi dado o nome de Jesus: "Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido".  
Foi assim chamado quando se cumpriram os dias para a circuncisão, à qual o Senhor se submete para não transgredir as regras. Este texto não transmite apenas história, mas nos diz respeito, sobretudo por atingir a vida um de nós, bem de perto.
É São Paulo quem dirá, resumindo em poucas linhas: "Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei.
Se, de fato, Deus não quer transgredir as regras, fazendo outras regras novas, é em vista da vida eterna, pela qual se sacrificou. Ele se ofereceu por nós “para que recebêssemos a dignidade de “filhos adotivos", como nos afirma também a segunda leitura (Gl 4,4-7).
Além disso, Deus "enviou o espírito de seu filho aos nossos corações, o qual clama, 'Abba, Pai!", como prova de que somos filhos de Deus e irmãos em Cristo.
Filhos, portanto, não mais escravos. Não obstante, isto parece não ser suficiente. O amor do Senhor faz de nós também herdeiros, co-herdeiros com Cristo. As palavras de Paulo são inequívocas: "e, se és filho, és também herdeiro". Palavras que não podem, jamais, serem esquecidas. Feliz ano novo! (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Missionário Inaciano – www.inacianos.org.br –formador@inacianos.org.br)


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