Artigo publicado na edição de 30 de janeiro de 2011 do jornal Bom Dia Bauru.
Hoje na Igreja é o domingo do Sermão da Montanha ou das Bem-aventuranças. Lemos o Evangelho de Mateus 5, 1-12a. Nas nove bem-aventuranças de Mateus, Jesus proclama dois grupos de bem-aventurados: as vítimas do mundo que vivem na esperança da salvação (pobres, sofredores, humildes e injustiçados); e o ‘Resto de Israel’, que são os portadores da salvação (misericordiosos, puros de coração, pacíficos, enfim, os que fazem o bem, ou que por causa dessa sua atuação são caluniados e perseguidos). Se as bem-aventuranças são claramente dom e graça, elas incluem também um desafio e uma missão. Assim é o agir de Deus: sua bênção é sempre dom e missão. O estado de espírito dos que são chamados de felizes torna-se um programa de vida que compreende o testemunho pessoal de fé e vida, e o compromisso com a missão da Igreja. Como não lembrar aqui dos temas do Discipulado e da Missionariedade que a V Conferência de Aparecida nos propôs com tanta veemência? Sempre antiga e sempre atual é esta verdade: fazer o bem e servir a comunidade e sociedade, nisto consiste de fato seguir Jesus, viver e agir como ele que passou por este mundo fazendo o bem. A partir dessa compreensão das bem-aventuranças Jesus questiona: a que gênero de bem-aventurados você pertence? Aos bem-aventurados que esperam a salvação? Ou aos que promovem a salvação e que por isso estão sujeitos à calúnia e perseguição? Ou a ambos os grupos? Lembremo-nos que Jesus é a realização perfeita de todas as bem-aventuranças. Durante sua vida Ele foi tudo isso: pobre, humilde, puro de coração, faminto e sedento de justiça, misericordioso, perseguido, injustiçado e crucificado. E por último, ressuscitado, garantindo-nos que as bem-aventuranças não são mera utopia, mas certeza e verdade. Por sua vida, morte e ressurreição Jesus é a certeza de nossa libertação e salvação. Dom Caetano Ferrari
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