Páginas


Pároco Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA.


santaluzia@hotmail.com.br

Fone (14) 3239-3045


quinta-feira, 31 de maio de 2012

A SANTÍSSIMA TRINDADE: DESDOBRAMENTO DE AMOR DIVINO

(Liturgia da Santíssima Trindade)

Depois de termos percorrido as etapas principais da vida de Jesus, do Seu nascimento, da Sua vida pública, Sua morte e ressurreição até o Seu retorno na Ascensão ao Pai, do qual envia sobre os seus discípulos o Espírito Santo no Pentecostes que acabamos de celebrar, a liturgia nos convida a “mergulhar” no mistério da Santíssima Trindade.
O convite é para que contemplemos em um único olhar o mistério do Deus que a história de Jesus nos fez conhecer. Isto é, do Deus Uno e ao mesmo tempo, mistério constituído de três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A liturgia nos propõe hoje essa solenidade, depois da conclusão do Tempo Pascal, recordando-nos que nos foi possível descobrir a Trindade de Deus, graças à vida, morte e ressurreição de Jesus, isto é, à Sua história concreta, às Suas palavras e gestos, ao seu ensinamento que se traduz em gestos concretos, até o maior e mais supremo de todos os gestos, a doação da Sua própria vida por nós.
Para celebrar bem a festa, não é necessário se preocupar com a explicação do fato “estranho” de que Deus é um, e há n’Ele três pessoas distintas.  
A celebração da festa da Santíssima Trindade nos ajuda a nos aproximar um pouco do mistério do qual nós procedemos e para o qual retornaremos. Trata-se do mistério do amor que, para existir, necessita intercambiar-se, ou seja, sair e entrar, perder-se para poder encontrar-se.
Ao referir-nos a tão alto mistério, somos assim como os estudiosos da atmosfera. Pode-se estudar o ar para compreendê-lo melhor e até mesmo para dele fazer previsões. Contudo, o pressuposto para que se possa estudá-lo é o de que ele exista, porque é graças a ele que se vive!
O mesmo se dá para nós com relação à Trindade de Deus. Se pensarmos bem, tudo o que fazemos como cristãos tem a ver com a Trindade de Deus: o sinal da Cruz, com o qual iniciamos e terminamos cada oração; a bênção que recebemos e que sobre nós invoca a proteção de Deus, o batismo que nos introduz na vida divina; o sacramento do matrimônio que recebe a bênção do pacto de vida e de amor entre o homem e a mulher; o último gesto com o qual confiamos a terra o corpo do nosso ente querido que partiu. Enfim, todos esses gestos de fé dizem respeito e significam o nosso desejo de celebrar o mistério de Deus, de pertencer a Ele, de viver Sua própria vida, porque sentimos que dentro desse mistério a nossa vida se torna plena e verdadeira!
É nessa perspectiva que temos a possibilidade de meditar sobre a Palavra que a liturgia desta festa nos propõe, não como uma "explicação" ou elucidação do mistério da Trindade Santa, mas como um caminho e uma maneira de nele “mergulharmos”. Portanto, um mistério que não nos desafia à descoberta, mas que nos desafia e nos chama a nele nos inserirmos profundamente.
No livro do Deuteronômio, na primeira leitura, Moisés exorta o povo a tomar consciência da extraordinária novidade de um Deus que se deixou conhecer libertando-o da escravidão e fazendo com Israel uma Aliança de fidelidade. Meditando sobre essa história concreta de salvação é possível compreender e aceitar o convite a reconhecer que somente este Senhor “merece” ser Deus. “Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a Terra, e investiga de um extremo ao outro dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante. Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste (...)? (...) Reconhece, pois, hoje, e grava-o em teu coração, que o Senhor é o Deus lá em cima no céu e cá embaixo na Terra, e que não há outro além dele”!
Trata-se de um Deus, de fato, totalmente diferente. Este Deus é Deus e assim merece ser reconhecido porque se compreende que os outros deuses que os povos adoram, no contexto do Deuteronômio, não entram na história em favor de seus povos. Como atesta o Salmo, “têm olhos e não podem ver, tem mãos e não podem tocar” (Sl 115).  Portanto, a resposta esperada por parte do povo de Israel não poderia ser outra a não ser a obediência às leis, que são as cláusulas do “pacto” assinado, enquanto condições para que o povo viva bem e por longo tempo, na Terra em que (Israel) vai entrar.
Jesus cumpriu a promessa de fazer o povo entrar na terra, não naquela terra física de dimensão geográfica de uma região específica, mas na terra do "Reino de Deus", que anunciou e abriu a todos. Para isso no momento do Seu retorno ao Pai, como vemos no Evangelho de Mateus, proposto para a liturgia da solenidade da Trindade Santa, confia aos Apóstolos a missão de fazer de todos os povos Seus discípulos e de colocá-los no caminho do Seu seguimento.
A maneira de realizar esse mandato, em certo sentido, tem o seu primeiro passo no ato de batizar "em nome do pai, filho e Espírito Santo". É óbvio que não basta a celebração do sacramento do batismo. É necessário começar a viver, de fato, uma vida nova inserida em Cristo, vivida na comunidade dos filhos e filhas de Deus, impregnando o mundo com a graça da filiação recebida. Essa expressão trinitária, que vem da fé madura da comunidade do Evangelho de São Mateus, significa que o batismo insere o cristão no âmbito da influência de Deus, que se fez conhecer na história como Pai, Filho e Espírito, com missões próprias a cada uma dessas “pessoas”.
Já a missão da Igreja, iniciada pelos Apóstolos, agora consiste em fazer com que todos os homens e mulheres, de todos os povos e nações, de todas as raças e línguas, sejam introduzidos no “abraço de Deus”, ajudando-os a libertarem-se assim, da influência das forças que os fazem distanciarem-se da sua verdadeira identidade. Aliás, muitos anos antes, Paulo já havia escrito essa boa notícia aos cristãos de Roma, chegando ao ponto central da sua obra mais organizada, da qual a liturgia da festa de hoje nos propõe um pequeno trecho na segunda leitura, na carta aos Romanos. “Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (...) Vós não recebestes um espírito de escravos ...mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos, Abbá, ó Pai!”. (Rm 8). De fato, para falar da transformação que acontece na vida do cristão, Paulo não poderia fazer outra coisa a não ser envolvê-lo nas pessoas da Santíssima Trindade.
Diante do mistério trinitário o cristão é filho de Deus, porque é conduzido pelo Espírito Santo, cuja missão é torná-lo capaz de se dirigir a Deus com o nome familiar de "Paizinho". Para tanto o Espírito não precisa fazer nada além de nos ajudar a tornar-nos semelhantes a Jesus, o Filho amado.
Essa conformação com o Filho Jesus tem o seu ponto mais alto quando sofremos com Cristo, quando seguir a Jesus nos leva mesmo a lidar com os inimigos, sejam eles interiores ou exteriores, que exigem de nós o dom total de nós mesmos, como aconteceu no confronto de Jesus com a morte.
Ao compreender o sentido da festa da Trindade de Deus, nossa preocupação já não é mais a de compreender intelectualmente como Deus pode ser, ao mesmo tempo, uno e trino. Ao invés disso, somos atraídos pelo mistério concreto de um Deus que ama o seu povo de tal modo que é capaz de “sair de Si mesmo”, para chegar ao ponto, ao lugar e à situação em que o Seu povo está (exceto no pecado), fazendo-Se homem para sentir aquilo que o seu povo sente. Um Deus assim, quando se doa e se “desdobra” em três pessoas distintas, não se perde, porque doar-Se é a razão de ser do amor que se desdobra na Trindade de Deus. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

PENTECOSTES - 27/05/2012

A importância da vinda do Espírito é tanta que, durante a última Ceia, faz com que Jesus afirme: "É bom para vós que eu vá. Se eu não for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu O enviarei a vós”! (Jo 16,7). Fez também com que dissesse no diálogo com a Samaritana à beira do poço: “Se conhecêsseis o dom de Deus e quem é aquele que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4,10ss). (Homilia de Frei Alfredo Francisco de Souza)














NA COMUNIDADE NOSSA SENHORA APARECIDA

OS  SETE DONS DO DIVINO ESPÍRITO SANTO:
SABEDORIA - INTELIGÊNCIA - CONSELHO - FORTALEZA - CIÊNCIA - PIEDADE - TEMOR DE DEUS







VIGÍLIA DE PENTECOSTES NO CONVENTO SANTO INÁCIO, MÁRTIR














BISPO DOM CAETANO FERRARI RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO BAURUENSE

REPRESENTANTES DA PARÓQUIA SANTA LUZIA E DO CONVENTO SANTO INÁCIO MÁRTIR ESTIVERAM PRESENTES NA CÂMARA MUNICIPAL DE BAURU, EM 25/05, SOLENIDADE EM QUE O BISPO DOM LUIZ CAETANO FERRARI RECEBEU O TITULO DE "CIDADÃO BAURUENSE" ATRAVÉS DO DECRETO DE AUTORIA DO VEREADOR FABIANO MARIANO.

PARABÉNS AO NOSSO BISPO PELO TÍTULO E AO VEREADOR FABIANO MARIANO PELA INCIATIVA.














sábado, 26 de maio de 2012

O ESPÍRITO SANTO: ÁGUA PARA A SEDE - CONCRETIZAÇÃO DAS POTENCIALIDADES HUMANAS


(Liturgia do Domingo da Solenidade de Pentecostes)
Por muitos séculos, no Ocidente, o tempo é medido tendo o nascimento de Cristo como o ano zero. Na verdade, a Encarnação de Jesus é um evento sem precedentes, que mudou para sempre o curso da história. Um evento impensável se não tivesse sido anunciado nas Sagradas Escrituras.
Jesus veio revelar-nos a face de Seu Pai. Revelou a identidade de Deus, mas nos revelou também a identidade do verdadeiro homem-mulher criado à imagem e semelhança de Deus.  Sua missão é salvar-nos dos pecados e “resgatar” a criação e proclamar e estabelecer o Reino de Deus, que tem por lei suprema o mandamento do amor.
Mas há outro evento, de igual importância, que talvez não tenha recebido da humanidade a ênfase que mereceria receber. Refiro-me à vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. A Solenidade que estamos celebrando neste domingo, ao encerrar, na liturgia, o tempo pascal.
Fico impressionado sempre que me ponho a pensar na vida dos apóstolos! É outra coisa, após a descida do Espírito Santo. Um vento forte entrou no recinto onde eles estavam e apareceram, sobre suas cabeças, línguas de fogo. Foi assim que os discípulos receberam o Espírito Santo, o amor de Deus derramado como um fogo! Foi então que de homens fracos, os apóstolos se tornaram "muito fortes". De homens medrosos, tornaram-se homens corajosos.  Eram homens ignorantes, e passaram a ser sábios. Não são mais agora homens de disputas e rivalidades, mas homens da unidade. Eram homens frágeis, mas agora são homens capazes de tudo, até mesmo de realizar, milagres e de enfrentar o martírio, em nome do Senhor.
É em Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo, que o projeto de Deus alcança a sua perfeição, a sua linha de chegada! A consequência é que o fruto do Espírito somos nós, os cristãos, que podemos, com a força do Espírito, nos tornar como Jesus. O que aconteceu com os discípulos no dia de Pentecostes, deve acontecer conosco!
Assim aconteceu ao longo dos séculos com todos os homens e mulheres que mostraram ser "Templo do Espírito Santo" em seus próprios corpos. O Paráclito os inseriu na vida divina e no amor que vai além da natureza humana e para além da morte. Graças ao Pentecostes vivemos, portanto, este nosso tempo, que não teria sido o mesmo se não tivesse vindo o Espírito Santo. Não haveria nenhum cristianismo.  Não teríamos um amor filial à Maria. A África não teria visto um Agostinho. Não teríamos conhecido um Inácio de Antioquia. A Índia não teria nos dado uma Tereza de Calcutá, nem a Europa, um São Bento, ou uma Santa Luzia.  A América Latina não conheceria Juan Diego e o nosso Brasil, não teria uma Irmã Dulce, Chico Mendes e para ser mais atual, Irmã Dorothy Stang. No mundo inteiro não haveria tantos homens e mulheres dessa categoria! Esses heróis e heroínas não existiriam e nós, continuaríamos a ser escravos da lei, apenas talvez, com uma percepção ou intuição superficial de Deus, com uma sede mais frustrante, à mercê de nossos instintos e humores.
É por isso que não seria um absurdo, pelo menos para os homens e mulheres de fé e no sentido da fé, dividir a história em antes e depois da vinda do Espírito Santo. Na verdade, esta maneira de dividir o tempo seria, talvez, mais compreensível, haja vista que a mudança definitiva do ser humano se deu com a descida do Paráclito. Antes da vinda do Espírito, na verdade, o homem tinha, no máximo, apenas uma intuição de Deus, e assim permanecia mesmo diante do Filho Jesus quando falava, operava milagres e morria por amor às criaturas. Uma intuição companheira da dúvida, mesmo entre os profetas, do “calibre” de Moisés ou João Batista.
A importância da vinda do Espírito é tanta que, durante a última Ceia, faz com que Jesus afirme: "É bom para vós que eu vá. Se eu não for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu O enviarei a vós”! (Jo 16,7). Fez também com que dissesse no diálogo com a Samaritana à beira do poço: “Se conhecêsseis o dom de Deus e quem é aquele que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4,10ss).
O Espírito Santo, que procede de Deus Pai e é enviado pelo Filho é, portanto, a água viva para a nossa necessidade de viver. Porque todos nós temos sede de vida, sede de amor e de felicidade. Todos nós temos sede de verdade, sede de Justiça e de paz. Todos temos sede! A "sede" é nossa necessidade de criaturas, e manifesta nosso ser "finito". O Espírito Santo, como água é o dom do Pai Criador às Suas criaturas, para satisfazer as nossas necessidades sobrenaturais, isto é, "infinita", para que satisfaça o nosso desejo e necessidade de ser cada vez mais imagem e semelhança de Deus, em Cristo Jesus.
A Trindade não se limita ao tempo através do qual somente podemos ver a intervenção do Pai, do Filho e do Espírito Santo em três momentos diferentes. Na verdade, o amor de Deus é realizado em um único momento e opera numa única substância. É através do Espírito Santo que nós também podemos entrar nesse mistério Trinitário. É pelo Espírito que seremos capazes de viver já e hoje a eternidade, transpassados pelo amor de Deus e nos tornarmos uma nova humanidade, de acordo com o sonho de Deus.
Não seria demais afirmar que aqueles que se colocam sob a força animadora do Espírito Santo e vivem sob a Sua unção, fazem qualquer coisa com um "espírito", no mínimo, diferente. Para estes os sofrimentos do momento presente são incomparáveis em relação à glória prometida e esperada! Conseguem amar até mesmo os inimigos e viver na alegria. Com a efusão do Espírito Santo a Páscoa é perfeita! Aquilo que, até então, existia em potência, se exprime concretizando-se plenamente! A partir do Pentecostes o conceito ou a palavra "impossível" não existe mais, nem mesmo no vocabulário humano. (Frei Alfredo Francisco de Souza, SIA – Superior dos Missionários Inacianos – formador@inacianos.org.br – Website: www.inacianos.org.br).

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CELEBRAÇÃO DA PALAVRA

CELEBRAÇÃO DA PALAVRA - MÊS DEDICADO À VIRGEM MARIA MÃE DE JESUS







Momento da consagração à Nossa Senhora Divina Pastora
Momento da consagração à Nossa Senhora Divina Pastora

Momento da consagração à Nossa Senhora Divina Pastora

Nossa Senhora Divina Pastora